Neste artigo vamos discutir a pequena constelação do peixe Austral e outras localizadas nessa mesma região, e que não estão entre as catalogadas por Ptolomeu. Peixe austral, ou Pisces Austrino, ou ainda, Peixe do sul ou simplesmente “O peixe”, é uma constelação localizada ao sul da constelação de Aquário. Sua estrela alfa, Fomalhaut, é uma das chamadas “estrelas reais da Pérsia”, e é a décima nona mais brilhante do céu noturno, associada tradicionalmente ao centro do signo de Aquário, mas atualmente localizada em peixes no zodíaco tropical.
Os gregos antigos chamavam a região mais ao sul de Aquário, Peixes e Peixe Austral simplesmente de “As águas”. Trata-se de uma região de poucas estrelas, fato que é explicado em função de ali se localizar o polo sul galático, uma região naturalmente com menos estrelas visíveis a olho nu. Nessa região existe uma série de constelações novas: Grus, que é uma constelação que já integrou o Peixe austral, Escultor, que apresenta as estrelas que eram as mais brilhantes da região conhecida como “as águas”, Fênix, Tucano, Microscópio e a constelação do Índio.
Origens da constelação do Peixe Austral
A constelação do Peixe Austral antigamente integrava uma constelação chamada Mulku, o Peixe, na Mesopotâmia. Essa constelação, especialmente em função de sua estrela alfa, que tem imenso destaque naquela região do céu, marcava o solstício de inverno na época de sua criação.
Os gregos adotaram esta constelação, e costumavam representar o peixe com a boca aberta, como se estivesse engolindo as águas derramadas pelo Aguadeiro da constelação de Aquário. Para os egípcios, esse Peixe teria salvo a vida de Isis quando ela caiu no Nilo, e em agradecimento ela o colocou no céu como constelação.
Por volta de 200 antes de Cristo, o Poeta grego Aratus, denominou essa região ao sul de Cetus, Aquário e Peixe Austral de “as águas”, em referência as águas que caiam do vaso do Aguadeiro. Os gregos na realidade podiam ver pouco daquela região , e na era dos descobrimentos astrônomos europeus criaram novas constelações ali, que conheceremos abaixo:
Anatomia das Constelações de Peixe Austral, Grus, Fênix, Escultor, Tucano e Índio
Vamos conhecer a forma das constelações e as estrelas dessa região que recebem algum nome próprio.
Peixe Austral
Peixe Austral é a constelação de maior destaque nesta região. Das 4 estrelas conhecidas como as reais da Pérsia, a estrela Alfa dessa constelação, Fomalhaut, é a única a não fazer parte de uma constelação do zodíaco, ainda que fique muito próxima de Aquário.
Grus
Grus, ou Grou, é uma constelação moderna onde boa parte das estrelas integraram no passado uma versão maior da constelação do Peixe Austral. As estrelas dessa constelação também integravam a região conhecida como “as águas”. O nome e a figura nesta constelação fazem referência ao grou, uma ave migratória presente em quase todos os continentes, com exceção da América do Sul e a Antártida.
Fênix
A constelação da Fênix, ou Phoenix, fica entre Eridanus e a região conhecida como as águas. O símbolo dessa constelação é o pássaro que renasce das próprias cinzas. Esse mito parece ter origem no Egito. Existiu na época Faraônica do Egito uma ave chamada “Benu”, e reza a lenda que quando se aproximava o momento de sua morte, voava até Heliópolis e ateava fogo em si mesma nas chamas de Rá, ressurgindo logo em seguida de suas cinzas e assim renascendo. Os gregos adaptaram esse mito no que ficou conhecido através dos poetas como a Fênix.
O Escultor
A constelação do escultor, localizada entre Aquário e Fênix, é uma das constelações modernadas, e apresenta estrelas de pouco brilho ou importância. Integrava a região conhecida como as Águas.
Tucano
A constelação de Tucano, assim como Grus, Fênix e pavo, é conhecida como uma das aves do sul, e antigamente integrava a região genericamente conhecida como as águas.
Indus
Indus, ou o Índio é uma constelação que não forma asterismo muito claro. Ela se localiza na região que era conhecida como “as águas” , mas a maior parte da área moderna desta constelação é invisível acima do trópico de Câncer. Na China, a estrela alfa da constelação era chamada de “O persa”, e a constelação moderna na China agora recebe este nome.
Principais estrelas na região
| Pe Sze, alfa (α) Indus | 29°26′ de Capricórnio |
| alfa (α) Tucanae | 10°00′ de Aquário |
| Alnair alfa (α) Grus | 16°14′ de Aquário |
| Fomalhaut alfa (α) Piscis Austrinus | 04°12′ de Peixes |
| Ankaa alfa(α) Phoenicis | 15°50′ de Peixes |
| alfa (α) Sculptoris | 00°49′ de Áries |
De todas essas estrelas, a única com importância tradicional é Fomalhaut , a alfa do Peixe austral. Não apenas é a mais importante do quadrante sul, mas é uma das estrelas mais importantes de forma geral, também conhecida como uma das estrelas reais dos Persas. Sua longitude é próxima a da estrela Alfa da constelação de Aquário, Sadalmelik , a apenas 14′ de distância, e com ela se confunde em termos de significados. É uma estrela essencialmente benéfica , aliando a natureza benéfica de Vênus com a inteligência de Mercúrio. Significa alta inteligência, sabedoria, intuição, senso de negócios e sucesso nos assuntos estudantis , o que pode produzir cientistas , professores e escritores de destaque em diversas áreas do conhecimento. Entretanto, o excesso de inteligência, pode levar a autoconfiança e arrogância intelectual, com potencial de levar a pessoa a se envolver com coisas ilícitas ou tentar enganar os outros. Por isso ela costuma se manifestar de forma mais problemática (mas ainda produzindo benefícios) com elementos mais egóicos ou institivos, como o sol ou a lua. Mas é particularmente benéfica quando ascende ou culmina.