A GRANDE CRUZ CARDINAL DE 2010

Está se formando no céu uma configuração muito rara e de intensidade incomum entre vários planetas lentos. No último circuito da CNA muito se falou a respeito deste assunto. Afinal de contas, o que essa configuração representa? Ela nos afeta de alguma forma? Afeta a coletividade? Que “efeitos” ela tem?  
A Primeira coisa que chama a atenção nesta configuração é o fato de ela ocorrer em signos Cardinais, exatamente nos primeiros graus dos signos cardinais.
A NATUREZA DOS SIGNOS CARDINAIS


Estes são os signos associados aos inícios. Quando o Sol passa por eles, esse movimento marca a mudança das estações. Por exemplo, quando o sol entra em Áries, isso marca o início do Outono para os habitantes do hemisfério sul, e o início da Primavera para os habitantes do hemisfério norte.
Se diz que a qualidade Cardinal é a qualidade da liderança. Isso ocorre porque eles dão uma nova direção as coisas, fato que é bem observável na dinâmica das estações. Pra isso é interessante levar em consideração a dinâmica das três qualidades:
Quando o Sol ingressa num signo Cardinal, por exemplo, Áries, aqui no hemisfério Sul, ele coloca um fim ao calor excessivo do verão. Não será mais tão quente, nem será frio o suficiente para que se reclame, estaremos num momento de temperatura média. O Sol, ao entrar em Touro, signo fixo, estabiliza a tendência iniciada em Áries. Quando o Sol ingressa em Gêmeos, teremos dias muito frios, que lembrarão o inverno, alternados com dias amenos. Haverá então certa indefinição, característica fundamental dos signos Mutáveis que trazem consigo um pouco do fixo e um pouco do Cardinal. Isso até o momento em que o Sol entra em Câncer (cardinal), dando início ao Inverno, quando então o frio se estabelece de vez. O processo de mudança definitiva, nesse esquema das estações, é marcado pela Cardinalidade. 
Na verdade, a mudança é característica principal dos signos Cardinais. Os Mutáveis não mudam por eles mesmo, eles  representam na verdade uma zona de indefinição entre o que era marcado ferrenhamente pelo signo fixo anterior e o que será redefinido pelo signo Cardinal que o sucede. Transição é a palavra chave do Mutável, mas o novo, a mudança em si, é cardinal.
Tradicionalmente os mutáveis são chamados de Comuns, já que eles representam a média entre a inação fixa e a ação cardinal. Quando se fala em Tempo, em geral o Cardinal representa o que é rápido e efêmero, o Fixo o que é demorado, e o mutável o que é médio, ou normal (comum).   
A CONFIGURAÇÃO EM SI
A oposição Saturno-Urano que já se desenha a alguns anos, e a quadratura Saturno-Plutão, além da quadratura entre urano e Plutão que aproximam lentamente se unem todas numa mesma configuração. 
Somado a isso, temos simultaneamente a culminância de um ciclo entre Júpiter e saturno, que estão em oposição. Isso sem contar os planetas rápidos que passarão pelos Cardinais enquanto durar esta cruz. Isso inclui Marte, Vênus e Lua como na figura abaixo:
Bom, já falei de vários destes aspectos em separados. É importante entender todos eles em separado porque essa cruz na verdade não se caracteriza como algo cíclico, não existe um padrão pra este tipo de encontro. O que acontece neste ano de 2010 é a convergência de vários pontos importantes de ciclos distintos. Temos o ciclo Urano/Plutão, o ciclo Saturno/Plutão, o ciclo Saturno/Júpiter, Saturno/Urano e o ciclo de Júpiter com todos os outros lentos. Veja abaixo:

Urano em Áries

Ciclo júpiter Saturno

Oposição entre júpiter e Saturno

Oposição Saturno Urano

Este tipo de encontro planetário é comum em momentos de transição, quando vários planetas lentos mudam de signo e entram todos juntos nos signos da sequência. Os anos 2000 foram marcados pela presença de Urano em Peixes, Netuno em Aquário e Plutão em Capricórnio, com o enfraquecimento de Saturno que transitou durante este período pelos seus 2 detrimentos, Câncer e Leão.
De 2008 pra cá entramos em um momento de transição simultânea, marcado por várias conjunções e oposições, que culmina agora em 2010. Em 2012 teremos definido um novo momento, com Urano em Áries, Netuno em Peixes e Plutão em Capricórnio.
OS MOMENTOS PRINCIPAIS DESSA FASE DE TRANSIÇÃO
Em dezembro de 2007 tivemos a conclusão da fase de alegria, crescimento e expansão que marcaram os anos 2000, com uma conjunção entre júpiter e Plutão aos 28° de Sagitário.
Logo no início de 2008 tivemos o ingresso de Plutão em Capricórnio, retornando para Sagitário logo em Junho de 2008. Neste meio tempo, Uma oposição entre Marte e plutão se desenhou, com marte passando pelos signos de Gêmeos e Câncer. Com o Sol em Áries, Marte em Câncer e Plutão em Capricórnio, veio a tona no Brasil o caso Isabela Nardoni (clique no link para saber mais). Capricórnio é um signo associado a noção de paternidade e a passagem de Plutão por ali não deixa de representar uma crise que afeta a estrutura das famílias, o pilar em que se assenta toda a sociedade. Veremos que nesta configuração de 2010 o signo mais afligido será justamente Câncer.
Entre Outubro e Novembro de 2008 fica exata pela primeira vez a oposição entre Saturno e Urano. Consoante a isso, tivemos o início da crise no mercado financeiro (veja no link).
Plutão retorna definitivamente para Capricórnio no final de novembro. Imediatamente antes disso, tivemos as eleições presidenciais dos Estados Unidos com a eleição do primeiro presidente negro da história daquele país, Barack Obama (veja mais no link).
Em 2009 ocorre novamente oposição entre Saturno e Urano. Precisamente no mês de março tem início aquilo que está sendo considerada a pandemia de gripe suína, primeiramente no México (veja mais no link). A Pandemia de gripe espanhola também ocorreu durante uma oposição entre Saturno e Urano praticamente nos mesmos signos em que esta oposição ocorre agora. Da primeira vez, saturno estava entre Leão e Virgem, e Urano entre Aquário e Peixes. Agora Saturno está entre Virgem e Libra, e Saturno entre Peixes e Áries. Essa oposição volta a ocorrer em setembro de 2009, dessa vez com a “Pandemia” afetando o hemisfério Sul.   
Ao longo do ano de 2009, sobretudo entre junho e dezembro, ficou valendo uma conjunção entre Júpiter e Netuno no signo de Aquário. Isso marca o início do governo de Obama, cheio de expectativas de mudança e de resolução ou impedimento de uma crise que parece ficar cada vez mais evidente. De certa forma, em 2009 os mercados se acalmaram, o que não significa que a crise tenha se concluído. O Twitter se popularisou de forma estrondosa ao longo deste ano, transformando-se num porta voz inédito daquilo que poderíamos chamar de ‘pensamento coletivo’.   
Em novembro de 2009, Saturno ingressa em Libra, iniciando a quadratura com Plutão em Capricórnio. No início de 2010, com a quadratura exata, ocorreram terremotos especialmente trágicos, sobretudo no Haiti e no Chile, deixando milhares de mortos (veja mais)
Agora, a cada dia que passa estamos com a configuração completa mais exata. Especialmente entre os meses de Julho a Agosto teremos a convergência dos vários ciclos que foram citados, mas a coisa não para por aí, por que o ciclo de quadratura entre urano e Plutão está apenas começando. Em 2014 teremos uma retrogradação de Marte em libra que participará de uma outra cruz cardinal envolvendo ainda Júpiter em Câncer, urano em Áries e Plutão em Capricórnio. Só veremos o cenário se estabilizando mesmo a partir de 2016, com Saturno se aproximando de um trígono com urano. 
O QUE TEREMOS DE DIFERENTE AGORA

Entramos agora em uma tendência de maior restrição, e isso é apontado por diversos fatores, especialmente pelo ciclo minguante que se inicia entre Júpiter e Saturno.O otimismo, a sensação de absoluta liberdade, de fartura e descontrole que marcaram o período de Netuno em Aquário com Plutão em Sagitário, cedem espaço agora a um momento marcado pelo medo, pela tomada de consciência das restrições, pelo contato forçado com a realidade.  
Precisamos agora fazer um esforço, olhar ao nosso redor e reconhecer as limitações para melhor lidarmos com ela. O período que se inicia agora não tende a ser fácil pra ninguém, e coisas sérias tendem a ocorrer, isso se essa tensão toda realmente importar. A última vez em que tivemos uma configuração assim foi nas vésperas da segunda guerra mundial, na época entre o crash de 1929 e a ascenção do fascismo (1933). Não devemos esperar os mesmos desdobramentos, mas devemos substituir agora, para o nosso próprio bem, a conduta de ingênua confiança e otimismo por uma conduta no mínimo mais realista. 
Vivemos sempre num eterno movimento de contração e expansão, tal como as batidas de um coração, e chegamos agora, após um momento de franca expansão, numa fase de contração e temos de lidar também com ela. 

9 comentários

  1. Elias, acho que você traçou muito bem o nosso panorama atual. O fato é que todo processo de transformação é doloroso, especialmente quando resistimos a ele. Acredito que, sempre que não fazemos as devidas mudanças a nível interno, o Universo se encarrega de provocar fatos externos que nos "empurrem para o abismo" e, nesse momento, faz-se necessário um movimento coletivo nesse sentido. Urano em Áries, no entanto, traz a possibilidade de maior autonomia e consciência em meio às mudanças, uma atmosfera muito diferente do oceano pisciano de ilusões no qual estávamos mergulhados (ou afogados?). Plutão em Capricórnio também promete maior realismo diante da vida, diferentemente de Sagitário, com sua visão excessivamente otimista… enfim, temo que seja impossível ignorar as dificuldades materiais que se anunciam, o que não deveria obscurecer esta incrível oportunidade de transformação interna que o momento nos proporciona!

  2. É preciso ter paciencia, evitar entrar em panico, se cuidar e principalmente meditar com muito amor no coração!!

  3. Nada disso pode vir para pior, ou seja, para a destruição e para o desespero, isto na verdade representa um salto quântico. Está mais do que na hora, a faxina planetária é pra ontem. Não há motivo para temer, se não para comemorar. Aleluia

  4. Elias, notei que essa análise foi feita para um evento; estava pesquisando a respeito da Grande Cruz, pois tenho essa configuração em meu mapa natal pessoal.

    (eixo em T partindo do planeta anão Quíron em Câncer na casa 2 se opõe a Netuno em Capricórnio na casa 8, e forma quadratura com Mercúrio em Libra na casa 5 e Marte áries na casa 11, estes dois últimos também em oposição)

    Gostaria de perguntar duas coisas:
    1 – a Grande Cruz pode ser configurada com Quíron?
    2 – observei que é um aspecto muito tenso, porém intenso e promissor, por se situar em signos de rítmo cardinal, a atitude é atenuada. Contudo, no meu caso em casas sucedentes; como a Grande Cruz cardinal se comporta nessas casas?

    Parabéns pelo blog! Tem linguagem clara e profundidade, sempre o recomendo.

    Abs

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