Os decanatos tem origem no antigo Egito , na época do médio império, por volta de 2000-1700 ac. Mas eles tinham pouca relação com astrologia propriamente na época em que surgiram. O primeiro calendário egípcio era lunar, e na altura do médio império decidiu-se adotar um calendário civil solar com 365 dias. Esse calendário era dividido em 12 meses de 30 dias , totalizando 360 dias. Os 5 dias extra, eram uma semana de festividades que ocorria ao final do ano .
Com um calendário de 360 dias, eles subdividiram ainda mais esse calendário em 36 períodos de 10 dias, que eram associados a asterismos (agrupamento de estrelas) que incorporavam divindades ou espíritos relacionadas ao destino. O uso desses decanatos no Egito antigo estava mais relacionado a práticas mágicas e religiosas do que com as práticas astrológicas que conhecemos atualmente. Com a conquista do Egito sucessivamente pelos impérios Assírio, Neobabilônico e Aquemênida (Pérsia) no primeiro milênio antes de Cristo, esses povos , notadamente os babilônicos , tiveram maior contato com os segredos e mistérios egípcios, e assim os astrólogos babilônicos em contato com os decanatos egípcios, os adotaram em sua prática ,de onde surgiu a ordem caldaica em sua distribuição pelo zodíaco.
No período helênico a maioria dos astrólogos dava importância aos decanatos , e adotavam o sistema caldeu de distribuição das regências. Porém , alguns autores como Manilius apresentou um sistema diferente, onde os decanatos eram dados por uma contagem do zodíaco paralela, onde o primeiro decanato dos signos de fogo é Áries, o segundo é Touro, o terceiro gêmeos e assim por diante. Abaixo mostrarei esses dois sistemas , além do moderno.
No Período Medieval , os decanatos caem em importância , mas não chegam a desaparecer. Eles passam a ser encarados como uma dignidade menor , e o sistema adotado pela maioria é o caldeu. Durante o renascimento, o astrólogo Morin desaconselhava o uso dos decanatos (assim como dos termos e outras técnicas tradicionais), denunciando eles como alucinações dos antigos.
Com o surgimento da astrologia moderna , muitos autores decidiram resgatar os termos. Uma minoria adotou os termos caldeus apresentados por Ptolomeu no Tetrabiblos e uma maioria adotou um sistema baseado nos regentes dos domicílios de cada elemento. Veja abaixo uma tabela mostrando os termos caldeus, os apresentados por Manilius e os modernos:
Sugiro que você adote os decanatos caldeus , e toda vez que encontrar um planeta em seu próprio decanato, acrescente +1 a sua potência. Interpretativamente, os decanatos dizem pouco. Eles são como um porto seguro para o planeta, com um caráter efêmero, momentâneo. Basicamente, um planeta no seu próprio decanato é medíocre (se essa for sua única dignidade), mas ao menos não está peregrino.