A descoberta de Netuno

A algumas semanas atrás disse que falaria sobre o processo de descoberta dos novos planetas e de outros corpos celestes e discutiria o uso deles na Astrologia. Comecei com este texto: o processo de descobrimento dos novos planetas na Astrologia e segui falando a respeito de Urano neste outro texto: Urano, a estrela errante. Vamos ver então como se deu a descoberta de Netuno. Diferente de Urano, sua descoberta não foi feita exatamente ao acaso. Diante das efemérides de Urano, os astrônomos notavam irregularidades no seu movimento que só poderiam ser explicadas pela existência de um outro planeta, com uma orbe poderosa, que fosse capaz de exercer tal influência a ponto de causar pequenas mudanças no curso dos trânsitos Uranianos.

Contrariando seus significados astrológicos mais básicos, Netuno é considerado na Astronomia como o triunfo da matemática e da exatidão. De acordo com o site Apolo 11:

Durante suas observações, o astrônomo Alexis Bouvard (1767-1843) notou que o plnaeta Urano nunca estava onde deveria estar. Bouvard fez então diversos cálculos da sua órbita, levando em consideração as perturbações gravitacionais provocadas por Saturno e Júpiter, mas mesmo assim as posições calculadas não coincidiam com as observações.
Na mesma época, o astrônomo francês Le Verrier (1811-1877) resolveu estudar também o problema e conclui que as perturbações deveriam estar sendo causadas por algum outro corpo, em uma órbita mais afastada. Conseguiu então calcular a órbita deste corpo, observando as perturbações que este causava em Urano.
Verrier pediu então a Johan Gottfried Galle (1812-1910), um astrônomo alemão, que explorasse uma região específica do céu, que constatou que a menos de um grau da posição prevista por Le Verrier, havia de fato um outro objeto e que não constava em nenhuma carta celeste. No dia seguinte, em nova observação, Galle constatou que o corpo havia se deslocado em relação às estrelas de referência. Esse corpo era Netuno.

Assim se descobriu, passando pela constelação do Capricórnio, mas pelo signo de Aquário, o planeta que mais tarde foi chamado de Netuno. Rapidamente, Netuno foi absorvido pela Astrologia. Demorou muito tempo até se decidir o que representaria a novidade. Somente no final do século XIX surgiram as primeiras interpretações a respeito de Netuno, e havia também muita confusão a respeito de qual signo ele seria o regente: Cogitavam-se os signos de Touro, Escorpião e Aquário. Somente no século XX chegou-se a um consenso de que Netuno passaria a ser o regente de Peixes.

A partir do momento em que 2 novos planetas estavam anexados ao repertório astrológico, os astrólogos da época passaram a acreditar que haveria 1 regente para cada signo, faltando serem encontrados no sistema solar portanto, mais 3 planetas. Essa crença existe até hoje entre muitos astrólogos, mesmo diante de fatos que contrariam completamente esta idéia: O número de corpos celestes importantes encontrados até hoje já ultrapassou, e muito, a marca dos 3 planetas.  

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