Como último signo do zodíaco, Peixes simboliza a culminação de um ciclo, onde as estruturas coletivas entram em um estado tal de emaranhamento e condensação que elas são naturalmente levadas a um processo de simplificação, onde o grande coletivo vai lentamente se homogeneizando e se transformando em uno. Aquário, com sua racionalidade e visão futurista, sabota as estruturas e peixes emerge como consequência, na forma de caos, onde o coletivo se entrelaça , onde a estrutura antiga se dissolve e começa a desaparecer e vai abrindo o caminho para o renascimento individual em Áries.
Peixes não nega a coletividade , mas a transcende, dissolvendo fronteiras entre o eu e o outro. Essa dissolução não é mera desordem, e sim um estágio necessário para que a individualidade de Áries surja sem os condicionamentos e formas do passado. Começa a haver em Peixes uma desvinculação com o passado , um sentimento de não pertencimento, que leva a fugas . Enquanto os outros signos constroem, Peixes decompõe, preparando a alma para um novo ciclo.
Nenhum signo apresenta tantos planetas que encontram nele dignidade e plena expressão. Vênus, Júpiter , Lua e Marte, além de Netuno, todos eles se fortalecem nesse signo. Isso faz de Peixes uma espécie de metamorfo, capaz de assumir diferentes papeis, se disfarçar e se transformar . Aquilo que é uma crise profunda no signo de Escorpião , é como um simples trocar de roupas em Peixes. É a manifestação mutável da água , que nesse signo se aproveita de seu estado liquefeito para mudar de forma a depender das pressões e circunstâncias que encontra, da mesma forma que faz a água quando vai de um recipiente para o outro.
Principais traços psicológicos do Sol em Peixes
As pessoas que tem Sol em Peixes muitas vezes transmitem uma impressão de desorientação, como se flutuassem neste mundo sem um propósito definido. Essa aparente falta de foco esconde na verdade uma percepção aguçada de sutilezas emocionais , e um instinto de preservação que leva o indivíduo a dissimular. Ele esconde as cartas, não mostra seu potencial pleno e assim evita grandes pressões produzidas pelas expectativas. Ao viverem de maneira despretensiosa, absorvem informações cruciais ao acaso, encontrando verdadeiros tesouros onde outros veem apenas fragmentos soltos. Sua sensibilidade os torna receptivos a estados emocionais, que os tornam capazes de compreender intenções , humores e emoções no ar. Neste caso, o foco solar é ainda mais difuso do que o que acontece no sol em aquário, mas em Peixes, o sol está sujeito a acidentalmente encontrar propósitos no mais absoluto acaso, tropeçando nos sonhos que nem sabia serem os seus ao longo da vida.
A criatividade pisciana floresce de uma capacidade de enxergar beleza no caos. Sua imaginação não se limita à fantasia, mas reconstrói a realidade através de metáforas e símbolos. Generosos por natureza, esses indivíduos experimentam o prazer com intensidade quase transcendental, pois percebem a vida como um fluxo contínuo de sensações. No entanto, essa mesma permeabilidade os torna vulneráveis a excessos, levando muitos a buscar refúgio em vícios ou comportamentos escapistas.
A compaixão é uma característica marcante do Sol em Peixes. Essas pessoas não apenas reconhecem o sofrimento alheio, mas o sentem como próprio, muitas vezes sacrificando-se em nome de um ideal de redenção. Essa tendência ao martírio pode ser tanto sua maior virtude quanto sua armadilha, pois a fronteira entre ajuda e autodestruição é muito tênue. Acabam se deixando envolver com a batalha do outro ao ponto de simplesmente não lutar a sua, e vão vivendo de maneira as vezes improvisada . Outro problema, que na verdade é muito comum no elemento água de modo geral, é a auto complacência, que pode levar o indivíduo a se sentir muito confortável assumindo um papel de vítima que nem sempre é legítimo.
O Sol em Peixes enquanto Trânsito
Anualmente, o Sol transita por Peixes entre 18 de fevereiro e 19 de março, período em que a energia coletiva se volta para introspecção e transcendência. É uma época propícia para atividades que envolvam arte, espiritualidade ou cura, já que a sensibilidade está amplificada. Em trânsito, o Sol em Peixes convida ao desapego de estruturas rígidas, favorecendo a conexão com o inconsciente e o desenvolvimento de empatia.
Especialmente no Brasil mas também em diversos outros países, o carnaval é celebrado em datas móveis, mas geralmente ocorre com o sol em Peixes ou final de aquário. Trata-se de uma festa intensa, dionisíaca, onde deixamos de ser o que somos e assumimos outros papeis temporariamente, onde dançamos, nos embriagamos e nos entregamos fisicamente aos outros sem limites, e nenhuma outra celebração coletiva é melhor caracterizada pelo signo de peixes do que essa. Segue-se depois de tanta festa , um período que deveria ser de jejum mas que é observado por pouquíssimas pessoas hoje em dia , onde depois da purgação de todo o desejo, se busca uma limpeza para a festa do renascimento que é celebrada na páscoa, que quase sempre ocorre com sol em áries.
Do ponto de vista técnico, o Sol em Peixes é considerado peregrino, pois não possui dignidade essencial neste signo. No entanto, sua passagem marca uma ascensão de força, já que vem do detrimento em Aquário e avança rumo à exaltação em Áries. Esse movimento simboliza a transição da fragmentação coletiva para a ação individual, reforçando o papel de Peixes como catalisador entre dois extremos. Em horárias essa observação pode ser importante em alguns contextos porque mostra que aquilo que o sol está representando vem de um momento ruim, e se encaminha para um momento excelente.