História da Astrologia Horária

Apesar de ser a técnica mais indicada quando desejamos nos introduzir aos estudos astrológicos, a horária não figura necessariamente entre as primeiras técnicas desenvolvidas na astrologia como as vezes se afirma. Quando estudamos a história da Astrologia Horária, percebemos que ela começa a aparecer somente no período helênico.

Inicialmente, a prática astrológica girava em torno da astrologia mundana com finalidades políticas , e da astrologia eletiva. A astrologia eletiva, a arte de se encontrar o momento propício, foi um componente fundamental nas práticas religiosas da antiguidade , onde percebemos elementos mágicos associados, especialmente na Babilônia e no Egito do final da idade de Bronze e o início da idade do ferro. Seu uso se estendia até as questões mais mundanas: Momento propício para construir, plantar ou guerrear por exemplo. De certa forma, é dessa abordagem que irá derivar a astrologia horária mais tarde. Ainda na idade de ferro, os estudos relacionados a astrologia natal se iniciaram, sendo levados por volta do século VI antes de Cristo para o mundo grego e sendo melhor desenvolvidos no seio da cultura helênica.

É nesse contexto que surge a Astrologia Horária. Ela fazia parte de um grupo de métodos que compunham o que era chamado na Grécia antiga de “Katarche”, ou princípios. Isso incluía a Astrologia Eletiva (ou astrologia dos inícios), o estudo das decumbituras (para o prognóstico de doenças ) e finalmente e astrologia das perguntas e respostas, que chamamos atualmente de horária.

A astrologia assumiu a forma que ela tem atualmente com o desenvolvimento e principalmente a estruturação das regras promovidos pelos astrólogos Islâmicos durante a idade média, especialmente na Ásia central, Pérsia e Andaluzia. Eles introduziram sistemas de domificação mais sofisticados , regras mais precisas e consistentes , além das Partes Árabes.

A horária passa a ser praticada durante o renascimento especialmente por astrólogos italianos e atinge o seu apogeu durante o século XVII na Inglaterra, onde foi escrita a obra mais extensa e uma das mais completas a versar sobre o assunto , o “Astrologia Cristã” de William Lilly.

Com o declínio da prática Astrológica no ocidente, a astrologia horária entra em esquecimento, e não é resgatada de imediato pela astrologia moderna quando essa surge a partir do final do século XIX. Essa nova forma de abordar astrologia, mais psicológica ou espiritualizada, deixou de lado muita da estruturação técnica que alicerçou as práticas astrológicas do passado.

Somente a partir do final do século XX alguns autores resgatam essa técnica , inicialmente numa versão “soft” , sem o mesmo rigor técnico de Lilly ou Ibn Ezra por exemplo, ainda no seio das práticas psicológicas e esotéricas do movimento New Age. A partir disso, e dos esforços empreendidos especialmente a partir da década de 90 pela tradução das obras de astrólogos antigos, a técnica passa a ser restaurada e praticada novamente , e ascende em popularidade e adesão por parte de astrólogos sobretudo a partir da década de 2010.