Dignidades Essenciais – triplicidades

As triplicidades entram na categoria das dignidades essenciais menores. Ao invés de representar um signo onde o planeta tem força, fala de elementos com os quais o planeta tem afinidade. Em alguns casos, a triplicidade reforça a natureza do planeta (benéficos geralmente). Em outros casos, ela tempera ou equilibra a natureza do planeta. Mas as vezes a triplicidade nega completamente a natureza essencial do planeta, coisa que normalmente acontece com os maléficos.

A origem das triplicidades remonta a Babilônia. A própria religião babilônica tinha essa tendência de agrupar seus deuses em tríades, e esse número, o 3 , é chave nas triplicidades, porque cada triplicidade está relacionada a 3 signos e é regida por 3 planetas em diferentes ordens de importância. As triplicidades são ainda os próprios elementos : Fogo, Terra, Ar e Água. E cada uma delas tem um regente diurno, um regente noturno e um participativo. Entretanto, isso pode variar de acordo com o autor.

Essa trinca de regentes nas triplicidades se revela bastante útil para astrologia horária ou natal, quando ao analisar uma questão que apresenta alternativas simbolizadas pela mesma casa , podemos lançar mão dos regentes das triplicidades daquela casa pra diferenciar cada uma das alternativas, na ordem de importância que for informada pela querente.

O Esquema mais usado ao longo da história , que remonta a Dorotheus de Sidon do período helênico, pode ser visto abaixo:

TriplicidadeRegente DiurnoRegente NoturnoRegente Participativo
Fogo
(Áries, Leão e Sagitário)
SolJúpiterSaturno
Terra
(Touro, Virgem e Capricórnio)
VênusLuaMarte
Ar
(Gêmeos, Libra e Aquário)
SaturnoMercúrioJúpiter
Água
(Câncer, Escorpião. Peixes)
VênusMarteLua

Note que Ptolomeu adotou um sistema diferente , onde a triplicidade diurna dos signos de terra e água é regida por Marte. Você terá essa tabela disponível na Tábua de dignidades segundo Ptolomeu, que vão incluir também os termos usados por Ptolomeu.

Quanto a forma de usar , existem controvérsias. De uma maneira geral, se o mapa for diurno , a triplicidade mais importante será a diurna, seguido da Noturna, e por último a participativa. Se o mapa for noturno, a mais importante será a Noturna, depois a diurna, e por último a participativa. Isso pra determinar os regentes da triplicidade de uma casa é tranquilo de aplicar; Mas na hora de determinar a dignidade essencial de um planeta , esse assunto é mais dividido.

Da mesma forma que o domicílio diurno de um planeta é aplicado inclusive em mapas noturnos, e o domicílio noturno aplicado nos mapas diurnos, a mesma lógica poderia ser aplicada para triplicidades. Assim, Vênus, Lua e Marte no signo de Virgem estariam todos em triplicidade, independente do mapa ser diurno ou noturno.

Mas existem autores, como Lilly, que aplicam a triplicidade de acordo com o sect. No exemplo acima, Vênus teria triplicidade em Virgem somente em um mapa diurno, A lua somente em um mapa noturno, e Marte, que é a dignidade participativa, menos importante, estaria em triplicidade independente do horário. Não parece fazer sentido , especialmente por conta da triplicidade participativa, e é por isso que alguns autores, como o próprio Lilly, não inclui as triplicidades participativas. Nas interpretações de exemplos que eu usar, você verá que eu pessoalmente , não aplico a regra do sect no caso da triplicidade como dignidade essencial.

Uma palavra sobre o uso das triplicidades: As duas formas mais comuns de uso são em questões de inicio, meio e fim , onde cada triplicidade rege um período; Em questões de múltiplas alternativas, onde existe uma hierarquia , seja ela natural (como ordem de nascimento de irmãos) ou ligada ao que o querente considera importante. Na exploração dos mapas natais pela astrologia clássica, o uso das triplicidades também é generalizado.

Toda vez que um planeta for encontrado em sua triplicidade, atribua a ele +3 pontos de potência.