Os meios esotéricos tem afirmado que o próximo ano será o “ano de Júpiter”. A questão relacionada ao regente anual é extremamente controversa, e o regente que tem sido propagado não possui nenhum tipo de respaldo na tradição astrológica, porque ele é descoberto através de um cálculo numerológico que não envolve nada de astrologia e cuja origem é obscura. O verdadeiro regente do ano é calculado de forma regional tomando-se com base o ingresso do sol em Áries. A importância desse regente se relaciona estritamente a astrologia mundial, não tendo qualquer tipo de impacto a nível pessoal. Na realidade, o regente em si não importa tanto quanto todo e o que o mapa do ingresso em Áries aponta. Nas principais cidades brasileiras, o Ascendente do ano será o signo de Câncer, mas isso no Brasil. Cada país terá um ascendente na hora do “reveillon” astrológico. No caso do Brasil e dos Estados Unidos (calculando para washingoton), ambos terão ascendente em Câncer mas as cidades da costa oeste americana terão ascendente em Gêmeos. Portugal e a maioria dos países europeus terão ascendente Virgem. Israel, Iran e Rússia terão Ascendente Libra. China terá Ascendente em Sagitário, Japão em Capricórnio, e assim por diante, cada país ou região tendo o seu regente. Múltiplos mapas!
A determinação do regente não é tão óbvia. No caso do Brasil poderíamos pensar na lua (pelo fato de o ascendente estar em Câncer) mas neste ano a presença de Júpiter no ascendente (para o Brasil) coloca o grande benéfico como um sério candidato. Veja o mapa:
O importante é que o planeta esteja não só dignificado mas também em situação de proeminência no mapa e isso requer uma análise. No caso do Brasil, tudo indica que é Júpiter, o que faz sentido já que é um ano de copa do mundo, com o país em evidência, apesar de o mapa do ingresso trazer consigo uma série de tensões (a começar pela lua em queda e conjunta a saturno e Marte em péssimo estado e em posição angular).
No caso de Portugal por exemplo, o ano novo astrológico terá ascendente em 08° Virgem e Júpiter neste caso não estará em tanta evidência, pois estará em uma casa sucedente, veja:
A conjunção Mercúrio/Netuno, por outro lado, formará oposição com o Ascendente. Trata-se de um ano com muitos planetas em fortes debilidades , e neste caso, ficaria em dúvida entre dar a regência para Mercúrio ou para Júpiter, porque apesar de não angular, Júpiter tem mais força. Mas acredito que o que prevalecerá neste ano será Mercúrio, dada sua angularidade.
Vamos pensar agora em 2013, ano ao qual foi atribuída a regência de Saturno. Veja o mapa do ingresso do Sol em Áries para Brasília:
Bom, é ano de Saturno, mas saturno não tem a menor condição de reger este mapa porque está muito fraco, apesar de colocado na cada 7. Por outro lado, o regente legítimo do Ascendente está fortíssimo e apesar de estar na casa 12, por signos inteiros estaria angular. Se pensarmos no ano de 2013 para o Brasil, a conjunção entre Marte e Urano (em quadratura com a lua , com o povo) certamente serve muito mais para explicar os acontecimentos que observamos (ondas de protestos) do que o planeta Saturno. Saturno é conservador , ele é o anti-protesto. Para o Brasil este foi sem dúvida um ano de Marte, e não só de Marte, mas de Urano também, ano violento mas ano em que o povo gritou as suas indignações.
Vejamos 2013 para Portugal:
Neste caso Saturno não tem como ser encarado como regente mesmo, porque está conjunto a cúspide da casa 6 e passa longe da regência sobre os ângulos. Quem está em absoluta evidência é o sonolento Mercúrio em Peixes, conjunto a Netuno, regente do ascendente geminiano. Mesmo tendo motivos de sobras para gritar (lua em quadratura com marte) em Portugal o que predominou foi o falatório infrutífero e enganoso representado pelo Mercúrio em conjunção a Netuno que desponta no topo da carta. Foi mais um ano em que os políticos prometeram uma série de coisas para resolver as crises mas pouco se fez de fato.
Como vemos, a determinação do regente em si nada mais é do que a determinação de uma energia predominante. Não é tão importante quanto o mapa como um todo e tudo o que ele tem a dizer. Dizer que o ano de 2014 será o ano de Júpiter não tem grande valor a não ser em sentido alegórico.
Como funciona o esquema da regência do ano? Sugiro a leitura do artigo escrito pelo astrólogo António Rosa:
Determinação do regente do ano
Percebe-se pela Explicação que trata-se de um cálculo numerológico (que se baseia no valor absoluto representado pelo ano em questão) e sua divisão pelo número de planetas do septanário dentro de um esquema chamado “estrela dos magos”. Mas, vale ressaltar, é cálculo não mencionado na literatura tradicional e cuja origem eu desconheço. O fato é que o regente do ano é usado de forma massiva especialmente por aqueles que fazem os horóscopos para o ano.
Dizer que 2014 será um ano jupteriano não é exagero: Júpiter terá imenso destaque neste ano pela sua força ao passar pelo signo de sua exaltação.
Muito bom!!!