O herói sem nome: Júpiter em Áries

O herói não tem nome. Podemos simplesmente chama-lo de “aquele que simplesmente é”. Ele não lembrava a quanto tempo existia e não se importava com a quantidade de anos que ainda viveria. Ignorava completamente sua origem e o que veio antes de si era como um grande nada em sua mente. Sua consciência fitava somente o agora, e a urgência era o que o movia. Nada havia de especial em sua aparência, constituição e nenhum poder extraordinário ele tinha. Mesmo assim ele não parava, uma vitória se sucedia a outra em seu caminho.  
Ele definitivamente não precisava de motivo nenhum para fazer o que quer fosse. A idéia surgia sempre no instante em que ele estava diante do que deveria fazer: e ele não pensava, simplesmente agia. Uma confiança sem alicerces, mas era um sentimento tão poderoso, tão intenso e tão arrebatador que inspirava a todos ao seu redor: E eram tantos que o seguiam! Mas somente os isentos de desconfianças e temores eram os que se aproximavam de sua maestria na arte de vencer. O segredo, ele não ensinava (porque nem ele mesmo sabia exatamente qual era), mas ficava óbvio: Para encontrar a vitória, de nada adiantava simplesmente confiar NELE e entregar a ele a responsabilidade pela vitória: os que venciam eram os que com ele aprendiam a confiar em si mesmos, independente de sua origem, independentes de seu passado, independente de todas as coisas que de alguma maneira marcam e limitam as pessoas. As amarras o perseguiam também, como a todos, mas não tinham força para prendê-lo, porque ele simplesmente não acreditava nelas. E era isso o que o tornava invencível.
Tão subitamente como um raio, sua confiança e sua energia se renovavam completamente quando ele se encontrava diante de um novo desafio. Era isso o que o movia: Ele não buscava segurança, não tinha objetivos, ignorava os meios, perseguia somente os fins e sua caminhada simplesmente era infinita. Ele estava sempre rumando em direção ao desafio que fosse capaz de superar sua vitória anterior. Outra fonte substancial de alimento que ele tinha para si era o choque que ele causava nas outras pessoas, geralmente mais conservadoras e medrosas, que uivavam de inveja da sua audácia e sempre o acusavam de prepotente, infantil ou arrogante por ignorar seus sábios (e venenosos) conselhos. Quando ele tropeçava, os conservadores riam por dentro, triunfantes, mas entravam em desespero ao vê-lo se erguendo novamente como se nada tivesse acontecido. Havia também os invejosos, que sem sucesso, insistiam em imitar todas as suas ações. Esses eram bajuladores e não tinham confiança neles mesmos ou no que quer que fosse, por isso se limitavam a reproduzir os comportamentos do seu mestre. Tinham sede de glória, mas rastejavam na lama da vergonha e da derrota , e por isso ardiam secretamente de ódio e inveja daquele a quem abertamente pareciam ser tão amigos e ter tanta admiração.
Como vemos então, o segredo do herói sem nome é a confiança; Todos, portanto, podemos ser heróis, bastando que sigamos nossa própria intuição e façamos aquilo que temos vontade na hora em que sentimos vontade: é esta a sua lição. Sem esperar momentos apropriados, sem medir consequências. Se você quer, e acredita que vai conseguir, sem dúvida nenhuma a vitória já lhe está garantida, desde que você não vacile. O herói não pode vacilar, não pode ter medo e não pode seguir quem quer que seja, ele abre a sua própria trilha, inventa seus próprios desafios e determina o que é preciso para que seja considerado vitorioso no final.  

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