Essas considerações podem ser consideradas impeditivas para o julgamento de acordo alguns autores, especialmente os mais antigos. Isso não significa que somos forçados a negar uma resposta, mas somos livres para considerar os sinais que esses fatores nos trazem e incluí-los na nossa interpretação.

A primeira dessas considerações é a identificação da radicalidade do mapa. Isso pode ser feito de algumas formas. Por exemplo, a natureza do regente do Ascendente deve ser semelhante a do planeta regente da hora, ou então o regente do ascendente precisa estar em um signo que forme aspecto ao próprio ascendente (não havendo necessidade de aspecto exato ou mesmo aplicação , porém). Essas condições, se não atendidas, revelariam uma falta de conexão entre o que o querente diz e o que ele quer de verdade.

Outra forma de determinar a radicalidade é observar o querente e ver se sua aparência condiz com o que indica o signo ascendente e seu regente, indicação que pode ser encontrada também em alguns autores mais antigos. Ao invés de focar na aparência, porém , talvez focar em uma concordância entre os indicativos do ascendente e a forma como o querente apresenta a si mesmo diante daquela situação que ele traz. Imagine que você tem um cliente frequente, que lhe pede horárias que caem nos mais variados ascendentes. Ele certamente não vai mudar de aparência a cada pergunta.

Ascendente nos graus iniciais do signo (3 primeiros graus): A pergunta seria prematura; Porém, poderíamos interpretar isso como uma situação emergente, em estágio inicial, ou que sofreu uma mudança muito recentemente, e talvez seja essa a razão do querente fazer a pergunta: entender essas mudanças recentes.

Ascendente nos graus finais do signo(três últimos graus): A pergunta é sobre algo que já está definido, praticamente finalizado. Seria um sinal de que não há nada que o querente possa fazer a respeito do assunto. Porém, pode significar justamente uma mudança iminente nas circunstâncias do querente (já que é uma mudança no ascendente, elemento que afinal significa o querente), que pode ser interpretada analisando-se esse signo que está a ponto de ascender. Por exemplo, um ascendente nos últimos graus de escorpião com Marte debilitado, e um ascendente em sagitário prestes a ascender com Jupiter dignificado poderia representar uma melhora substancial nas condições do querente referentes aquele assunto.

Lua na via combusta: A via combusta é uma região que vai de 15° de libra até 15° de Escorpião, região onde estão localizados os graus exatos da queda do sol (19° de Libra) e da Lua (03° de Escorpião). Seria uma região infeliz , indicando que os próximos acontecimentos não tenderiam a ser positivos. É fato que uma lua muito debilitada é frequentemente um péssimo sinal , mas isso não deveria impedir o julgamento, mas ser um fator a contribuir na formulação de uma resposta negativa. Podemos encarar o sentido da lua combusta como a fato de a lua estar a ponto de ir para a sua queda, ou então uma lua que ja se encontra em queda. Circunstância que aponta uma guinada negativa, independente do que se pergunta.

Lua fora de Curso: Essa condição da lua ocorre quando ela já realizou todos os aspectos possíveis em sua passagem pelo signo em que se encontra, restando apenas uma mudança de signo pra acontecer. É um claro sinal de que nada muda, nada acontece , o que pode frustrar alguém que espera por uma mudança, mas deixar feliz alguém que deseja que tudo continue como está. Existem autores que dizem que os signos de Touro , Câncer, Sagitário e Peixes não seriam impeditivos, mesmo que a lua fique fora de curso em um deles. A realidade é que uma lua fora de curso, mesmo em um desses signos, significa o mesmo: Nada muda, nada acontece. Não se trata então de impedimento do julgamento do astrólogo, mas de impedimento na própria situação da pergunta, o que em si mesmo tende a contribuir largamente para a resposta.

Saturno afligindo a casa 7, especialmente em oposição ao ascendente: Seria um indicativo de erro do astrólogo. Essa indicação é um tanto paradoxal porque ela impediria que certas situações aconteçam em uma horária se seguida a risca. Uma das coisas que um saturno em oposição ao ascendente (ou conjunto a qualquer um dos 4 ângulos principais) pode indicar é a absoluta frustração dos desejos do querente (marte também teria essa propriedade), ou indicar que o outro pelo qual se pergunta faria tudo menos cooperar da maneira esperada. Se o astrólogo seguir essa indicação de não ler uma horária porque saturno aflige o ascendente, ele ja começaria por frustrar o desejo do querente de ter sua pergunta respondida de qualquer maneira.

Podem existir outras considerações que fogem a memória, mas o fato é que a existência delas (como indicativos de impedimento do julgamento) são muito mais um mecanismo diplomático de negação de um trabalho que poderia colocar um astrólogo em risco. Isso pode fazer pouco sentido hoje em dia, mas devemos levar em conta o fato de que frequentemente os clientes dos astrólogos antigos eram pessoas muito influentes: reis , generais e políticos em alguns casos, alguns com poder o suficiente pra tornar a vida do astrólogo um inferno se ele não fornecesse boas respostas.