Os Aspectos

Na astrologia, chamamos de “aspectos” os contatos angulares realizados entre planetas ou ângulos. Originalmente, eram considerados aspectos somente os ângulos de 60°, 90°, 120° e 180°. A conjunção que seria o contato “corporal” entre os planetas, via de regra não é considerada um “aspecto”, mas podemos chamar dessa forma por uma questão de simplicidade. A conjunção não é aspecto porque simplesmente os planetas não formam ângulo entre si – estão teoricamente no mesmo ponto zodiacal, ou muito próximos, enquanto que o termo aspecto implica em conexão visual, já que a própria origem do termo vem do grego e tem o sentido de “observação”. Dois planetas em aspecto estão “se observando”, estão cientes das ações um dos outros e por esse motivo podem se ajudar ou mesmo se atrapalhar mutuamente.  
Na Astrologia Helenista, praticada pelos Gregos e Romanos, geralmente os aspectos eram considerados por signo inteiro. O conceito de orbe coloca limites dentro destes signos inteiros: até certo ponto, um planeta pode ser considerado como em aspecto com outro, fora disso não estão em aspecto. Quando começamos a falar nisso entramos num campo extremamente movediço, principalmente nos dias de hoje. Parece que cada astrólogo da a si mesmo a liberdade de escolher com quais orbes irá trabalhar, quando no fundo essa nem é uma questão assim tão crucial.
Não se trata de uma questão tão crucial porque por exemplo, planetas em aspecto no mapa de nascimento tem um significado fraco quando analisados em si mesmos, sem contexto, tomando-se como base somente seu valor essencial.  Hoje em dia as interpretações astrológicas encaram o ‘aspecto’ como se ele tivesse o valor de uma posição por signo ou casa, um valor universal, que não leva em consideração os signos em que se da essa interação, as casas regidas por cada planeta e a relevância dos dois planetas no tema que se decidiu analisar. Não significa que não possamos encontrar um valor essencial das interações, mas ele é uma perspectiva muito rasa da análise. O astrólogo pode e deve se aprofundar mais, não nos “aspectos” mas na vida da pessoa que ele está analisando. Vou dar um exemplo:
“Marte em quadratura com Lua”
– Pode significar uma pessoa cujo temperamento é irritadiço, que reage de forma exagerada em diversas situações, que pode ter conflitos com mulheres especialmente com esposa, mãe ou irmãs justamente porque na intimidade costuma ser muito brusca. A partir desta análise que vai por elementos muito rasos, se tira algumas informações, mas que são informações genéricas. É claro que o seu cliente vai se impressionar se você disser isso a ele, mas a análise não para por aí.
– Vamos supor que a casa 6 esteja em Escorpião e que a casa 11 esteja em Áries: São as casas regidas por Marte. Por sua vez, A casa 2 está em Câncer, e assim esta casa é regida pela Lua.
A conexão entre o regente da  11 e o regente da 2, mesmo que se dê através de quadratura, pode ser boa, já que a casa 11 é uma casa que simboliza ganhos, enquanto que a casa 2 representa o patrimônio. Indica uma pessoa que tem pleno potencial de acumular certa riqueza diretamente através do seu trabalho, ou seja, não se trata de alguém que irá trabalhar somente para se manter, mas que terá condições de acumular.  
Por outro lado, o mesmo Marte rege a casa 6, das doenças e problemas diversos da vida. Ele pode indicar que frequentemente a pessoa viverá prejuízos em seu patrimônio causado por problemas domésticos diversos, empregados ruins, ou que em alguns momentos de sua vida, terá que gastar fortunas em função de problemas de saúde.  
Teria como aprofundar ainda mais a análise do significado desta quadratura mergulhando em outros detalhes, tais como: o estado desses planetas, os signos e casas que eles ocupam, os outros planetas que porventura lhes aspectam  e por aí vai.
Em breve darei continuidade a este assunto, com um post explicando cada um dos aspectos e também falando dos “aspectos menores”.