Marquês de Sade

O Marquês de Sade foi sem dúvida uma das figuras mais polêmicas da história. Nascido na aristocracia francesa do século XVIII teve uma vida marcada pelos excessos, pela polêmica e por diversas estadias em prisões e manicômios. Através dos seus escritos ele propagou sua polêmica filosofia que fazia apologia a libertinagem, aos crimes e a amoralidade. Sua obra era disseminada de forma furtiva e o seu nome chega até os nossos dias, consagrado como o de um escritor original e precursor de vários temas da psicologia e das psicopatologias, ciências que em sua época ainda nem se quer existiam.

Sade nasceu no dia 2 de junho de 1740, em Paris, capital da França, às 17:00. A fonte desses dados é o site astrodatabank e o site francês astrotheme. O mapa dele pode ser visto abaixo:

O Marquês era, portanto um geminiano de ascendente escorpião e lua em virgem. O ascendente em escorpião fala de uma personalidade intensa, obsessiva e profunda. Ele era uma pessoa desagradável, crítica, irônica e sarcástica. Tinha uma capacidade de se impor sobre os outros e de manipular as pessoas fora do comum. Segundo os dados que temos disponíveis, Sade teria nascido com plutão em conjunção a este ascendente, e teria como regente do ascendente o planeta marte em Áries, dignificado e na casa 6, onde tem seu gozo. Então a natureza de Sade era impiedosa e exigente, ele jamais poupava quem fosse inferior a ele mesmo, sendo a temática da submição e da humilhação algo muito presente em sua literatura e em sua vida. Apesar de fisicamente grotesco no final da vida, Sade exercia uma atração muito forte sobre as pessoas durante sua vida inteira, era dono de um magnetismo sexual incomum, talvez por conta de sua ousadia em tocar nos tabus de sua época, o que sem sombra de dúvidas era o suficiente pra despertar a atenção de muita gente.

O sol em gêmeos conjunto a Júpiter em detrimento na casa 8 é o caráter altamente compulsivo e exagerado de Sade, que o levava a cometer todo tipo de excesso. Era uma pessoa altamente racional e filosófica, mas que ao mesmo tempo detinha a tendência geminiana para a dúvida e a oscilação em seus próprios conceitos. Sade era declaradamente ateu e sua “filosofia” era extremamente pautada em tudo o que era grotesco, aversivo e que confluía para o conceito de mal da sua época. Coloco filosofia entre aspas porque Sade, por ser geminiano, não tinha compromisso nenhum com suas idéias: Ele dava a si mesmo a liberdade de brincar com o que era sério, sendo suas teorias uma antítese simétrica da moral cristã. Era uma literatura de afronta, de contestação, e não necessariamente a pregação de algum tipo de crença pessoal.

Com a lua em virgem, Sade tinha uma natureza extremamente crítica e analítica, era uma pessoa observadora, argumentativa e perfeccionista. A lua no mapa se refere a um comportamento que é mais vivido na intimidade, refere-se a vida privada da pessoa. Com a lua entrando em choque com a conjunção Sol-Júpiter, é possível se inferir que Sade na realidade não vivenciava todo o seu discurso geminiano na prática: A lua em virgem se refere a um lado mais pudico e reprimido da personalidade. O conflito da lua com o sol também era manifesto na aversão que Sade tinha às mulheres especialmente no que dizia respeito ao aspecto mais matriarcal. Ele faz enumeras apologias ao matricídio ao longo de sua obra.

A personagem Justine parece ser a personificação deste aspecto conflituoso da personalidade de Sade. Justine era uma moça virgem, pura e casta, extremamente religiosa e que representava o protótipo da boa cristã, da “mocinha”. Mas Sade sempre a colocava em situações lúgubres onde ela acabava vivenciando toda a sorte de infortúnio e azar, como se fosse punida por sua pretensão de parecer sempre pura e virtuosa.

A antítese de Justine era uma outra personagem de Sade, Juliete, irmã de Justine, que representa mais o aspecto Sol/Júpiter de Sade. Juliete era uma mulher livre, que vivia intensamente a filosofia libertina proposta por Sade, e que ao longo da vida recebia apenas benefícios, casava com homens velhos e ricos que logo morriam e lhe deixavam rica e vivia sempre entregue ao prazer. Essas duas personagens formam a alegoria que melhor personifica a idéia Sadiana: A vida entregue a Deus, a religião e a retidão não é recompensada enquanto que a vida entregue ao luxo e aos vícios era recompensada e aplaudida.

O planeta mercúrio representa nossa mente, habilidades intelectuis e de comunicação. Sade tinha mercúrio no signo de touro, signo associado aos aspectos sensorias e pragmáticos da vida. Isso se percebe na temática de Sade e em sua capacidade de escrever com erotismo. Ao mesmo tempo vê-se o aspecto mais pragmático e enfático do autor quando ele se coloca inflexivelmente no que diz respeito a suas teorias. Mercúrio estava em trígono com a lua, o que representa a capacidade de traduzir de forma muito lógica as emoções e o conteúdo que normalmente é puramente de foro íntimo. Mercúrio faz ainda trígono com o planeta urano localizado na casa 3, que representa o aspecto da originalidade e quebra de paradigmas contido nas idéias de Sade.

No mapa de Sade o aspecto sádico e ambivalente de sua personalidade parece ser explicado pela conjunção de Vênus com Saturno em Câncer. Vênus representa o prazer, Saturno representa aflições, martírios, torturas ,  especialmente porque a conjunção recebe uma quadratura de marte dignificado, o que sugere uma carga a mais de violência e agressividade.